Pará eleva índice de qualificação da leitura na rede pública

O estado do Pará alcançou um marco significativo ao registrar mais que o dobro do percentual de crianças leitoras nos primeiros meses de 2024. No ano anterior, apenas 21% dos estudantes do 2° ano do Ensino Fundamental em escolas das redes públicas estadual e municipal conseguiam ler fluentemente. Hoje, após um ano da implementação do Programa Alfabetiza Pará pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), esse índice já atingiu 47%.

“O ‘Alfabetiza Pará’ representa uma política de extrema importância. A ênfase na alfabetização na idade apropriada é crucial. Se uma criança não domina a leitura, ela enfrentará dificuldades para absorver conhecimentos em Matemática, Ciências, História, e em qualquer outra disciplina. Portanto, estamos concentrando esforços, em colaboração com os municípios, para assegurar que todas as crianças sejam alfabetizadas no momento adequado”, afirmou o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.

Ele acrescentou: “Nos deparamos com um número alarmante de crianças que, aos 8 anos, ainda não tinham sido alfabetizadas, e essa é a mudança que estamos buscando. Anteriormente, 78% das crianças não estavam alfabetizadas na idade certa. Atualmente, conseguimos reduzir esse número para cerca de 53%. Ainda há muito a ser feito, mas este já é o maior avanço na história do Pará. Estamos progredindo”, destacou o secretário da Seduc.

Lançado em janeiro de 2023, o Programa Alfabetiza Pará, implementado em colaboração, apoia os 144 municípios do Estado no desenvolvimento dos estudantes dos anos iniciais, durante o período de alfabetização, desempenhando um papel crucial na obtenção de resultados significativos na alfabetização de crianças na idade adequada, explicou Carla Reis, diretora de Educação Infantil e Ensino Fundamental e coordenadora do “Alfabetiza Pará”.

“A alfabetização na idade certa é fundamental para garantir o direito do estudante à educação e é essencial para que as crianças possam prosseguir em sua jornada escolar com êxito. Nosso objetivo com a implementação dos eixos do ‘Alfabetiza Pará’ não se limita apenas ao domínio das habilidades de leitura e escrita estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas visa principalmente consolidar essas habilidades, neste estágio inicial da trajetória escolar, para todo o aprendizado futuro, em todas as áreas de conhecimento. Com foco no futuro de nossos estudantes paraenses, em colaboração com os municípios, estamos combatendo possíveis defasagens na aprendizagem, distorções idade-série, perda de interesse pela escola, evasão escolar e reforço das desigualdades e exclusões educacionais e socioeconômicas”, enfatizou a coordenadora.

Peixe-Boi se destaca no nordeste estadual

Dos 144 municípios paraenses, 143 já aderiram ao Programa. Destes, 140 realizaram formações para professores alfabetizadores e 142 avaliaram a fluência leitora dos estudantes. O município que obteve o melhor resultado na avaliação de fluência leitora foi Peixe-Boi, na região nordeste estadual.

Entre os demais municípios que se destacaram na avaliação estão: Ulianópolis, Piçarra, Capanema, Vitória do Xingu, Santarém Novo, Magalhães Barata, Santa Cruz do Arari, Mãe do Rio e Rondon do Pará.

Como parte das ações, o Programa Alfabetiza Pará avalia a fluência leitora e escrita nos municípios, que também recebem continuamente material didático. No ano passado, foram distribuídos 829 mil materiais didáticos para estudantes e professores do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental I, sendo 788 mil materiais para os alunos e 41 mil para os professores.

Yasmin Valentina Souza, de 7 anos, estudante do 2° ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Gregório de Almeida Brito, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, está se tornando uma leitora fluente e compartilha sua experiência de aprendizado.

“Eu sei ler mais ou menos porque ainda estou aprendendo, mas já aprendi muito porque minha professora do ano passado ensinava leitura, e a gente escrevia. Eu fazia a leitura do caderno para aprender, e deu certo. Eu gosto muito de estudar. Aqui na Escola a gente estuda quase tudo, como Matemática, Língua Portuguesa e Ciências. Dessas matérias, eu gosto mais de Matemática; gosto dos números”, relata Yasmin.

Ewellyn Ashley Santos, de 7 anos, também aluna do 2° ano do Ensino Fundamental na Escola Gregório de Almeida Brito, destaca o trabalho realizado pela instituição e o apoio que recebe dos pais em casa como diferenciais para se tornar uma leitora fluente.

“Eu já sei ler. Minha mãe me treinou muito. Ela pegava um caderno antigo e escrevia palavras difíceis para eu tentar acertar e pronunciar. Eu não conhecia as palavras, mas agora as conheço. Aqui, na Escola, fazemos muitas atividades, e minha matéria preferida é Língua Portuguesa porque a gente pode ler”, conta a estudante.

Resultados positivos

Após aplicar a avaliação de fluência leitora, a professora Jocélia Lima ressalta que o investimento na educação das crianças por meio do Programa tem gerado resultados positivos.

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