Sespa alerta sobre o vírus Oropouche e reforça medidas de prevenção no Pará

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que o vírus Oropouche (OROV) continua em circulação no Pará, juntamente com outros arbovírus. Diante disso, é essencial a adoção de medidas preventivas e atenção aos sinais e sintomas para garantir o diagnóstico precoce da febre do Oropouche.

O que é o vírus Oropouche?

O OROV é um arbovírus presente em países da América Central, como Panamá e Trinidad e Tobago, e na América do Sul, incluindo Brasil e Peru. Desde os anos 1960, já causou mais de 30 epidemias e mais de 500 mil casos clínicos, sendo a maior parte registrada no Brasil.

O Pará é o estado com maior evidência da presença do OROV no Brasil, com registros em 52 dos 144 municípios e 108 casos confirmados apenas neste ano.

Transmissão do vírus

Segundo Aline Carneiro, coordenadora estadual de Arboviroses, o principal vetor urbano do OROV é o mosquito Culicoides paraensis (conhecido como maruim). Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (carapanã comum) também pode transmitir o vírus.

No ciclo silvestre, a transmissão envolve diversos mosquitos dos gêneros Culicoides, Coquillettidia venezuelensis, Culex quinquefasciatus e Ae. serratus, além de hospedeiros vertebrados, como aves, preguiças e macacos.

O maruim, por ser extremamente pequeno (1 a 3 mm), dificulta sua identificação. Isso torna imprescindível a adoção de medidas preventivas, como:

  • Manter terrenos e quintais limpos;
  • Utilizar roupas compridas e mosquiteiros em áreas rurais e silvestres;
  • Aplicar repelentes e inseticidas, apesar de sua eficácia limitada contra o maruim.

Sintomas e diagnóstico

Os principais sintomas da febre do Oropouche incluem febre aguda, dor de cabeça, dores musculares e articulares, fotofobia e outras manifestações sistêmicas. Em casos raros, podem ocorrer complicações neurológicas, como meningite asséptica ou meningoencefalite.

A fase aguda da doença dura entre dois e sete dias, podendo haver recorrência dos sintomas em até 10 dias após o primeiro episódio, geralmente com menor gravidade.

O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de análise de sangue coletado a partir do 7º dia de sintomas, enviado ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), em Belém.

Recomendações às Secretarias Municipais

Para conter a propagação do vírus, a Sespa orienta:

  • Ampliar a vigilância de casos suspeitos, principalmente em áreas endêmicas;
  • Notificar eventos suspeitos à Coordenação Estadual de Arboviroses;
  • Realizar busca ativa de indivíduos sintomáticos e investigar possíveis locais de infecção;
  • Monitorar populações de primatas e epizootias nas áreas afetadas;
  • Intensificar campanhas de informação e educação sobre a doença.

Serviço

Mais informações sobre o maruim e a febre do Oropouche podem ser consultadas no site do Instituto Oswaldo Cruz: Conheça o inseto Culicoides paraensis.

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