No Pará, a atenção com os cuidados na pandemia de Covid-19 se soma à preocupação com a chegada do período chuvoso, em função de outras três doenças graves e que também podem deixar sequelas: dengue, zika e chikungunya. E no combate ao mosquito Aedes aegypt, transmissor das doenças, a conscientização da população, que deve ser o principal agente nas estratégias de prevenção, torna-se mais importante, já que justamente por causa da crise sanitária mundial algumas ações presenciais de saúde destinadas a evitar a disseminação foram suspensas.
Aline Carneiro, chefe do Programa Estadual de Controle da Dengue (PECD), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), confirma que o trabalho ocorre durante todo o ano, sendo intensificado entre novembro e o final de junho, quando as chuvas são mais frequentes e intensas. “Também orientamos os municípios a fazerem seus planos de contingência, como preparação para um possível surto ou aumento grande do número de casos, e o Estado também faz o seu. Esse planejamento leva em consideração a epidemiologia, o controle setorial e o manejo clínico do paciente, possíveis ações de combate a serem feitas”, informa.
As visitas das equipes de saúde às residências para eliminar focos do mosquito vetor quase não ocorrem mais por causa da pandemia. Nesse momento, a mídia vira uma ferramenta importante no processo de orientação. Aline Carneiro reforça que é preciso, pelo menos a cada sete dias, verificar e limpar locais e plataformas onde o Aedes prolifera facilmente: piscinas, vasos com plantas, caixas d’água, lixeiras e vasilhames de água de animais domésticos, dentre outros em que há acúmulo mínimo de água. “Mesmo que as visitas ainda estivessem ocorrendo, uma mesma casa era visitada a cada dois meses. Então, as pessoas é que precisam assumir esse cuidado tão importante, que dá tão pouco trabalho. Dura cerca de dez minutos a verificação”, reitera a chefe do PECD.
Números e cuidados – De acordo com dados da Sespa, em 2019 houve 2.008 casos de dengue, contra 1.753 em 2020, até agora; 2.292 casos de chikungunya, um número bem maior que as 148 ocorrências já registradas neste ano, e 39 de zika, que em 2020 já registra 159 casos.
Conservar a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados; colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada; não deixar água acumulada sobre a laje, manter garrafas com a boca virada para baixo; acondicionar pneus em locais cobertos; proteger ralos sem tampa com telas finas, encher pratinhos de vasos com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana são algumas das medidas recomendadas pela Sespa.
Entre as ações realizadas pela Secretaria neste ano estão a elaboração do Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika vírus 2020; divulgação mensal do informe epidemiológico das três doenças; participação na videoconferência com técnicos do Ministério da Saúde no dia 16 de janeiro de 2020 e participação na capacitação sobre novo adulticida Cielo®️ no dia 30 de janeiro, em Brasília (DF).
Sinais e sintomas – Os principais sinais e sintomas da dengue são: febre alta, dor na cabeça, dor atrás dos olhos, perda de apetite, manchas e erupções na pele, principalmente na região do tórax e membros superiores, náuseas e vômitos, tontura, indisposição e extremo cansaço, e dores no corpo, ossos, articulações e abdômen.
O vírus da zika causa febre baixa, dor nas articulações, dores musculares, na cabeça e atrás dos olhos, conjuntivite, erupções cutâneas avermelhadas que podem coçar, dor abdominal, diarreia, constipação e pequenas úlceras na mucosa oral, que são sinais e sintomas pouco comuns.
Os principais sinais e sintomas de chikungunya são febre, dor incapacitante nas articulações, dor nas costas, erupções cutâneas, fadiga, náuseas, vômitos, dores na cabeça e musculares (mialgias).
SERVIÇO
Pessoas com sinais e sintomas dessas doenças devem procurar atendimento médico na Unidade de Saúde mais próxima, pois o quadro pode se agravar e levar à morte.
Foto reprodução: JADER PAES / AG. PARÁ
Com informações: Agência Pará.