Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (28/4), o secretário adjunto de Gestão da Política de Saúde do Pará, Sipriano Ferraz, garantiu que o estado não enfrenta um surto de Mpox. “É importante compreendermos a preocupação da população, marcada pelos traumas da pandemia de covid-19, mas a situação está sob controle”, afirmou.
O secretário municipal de Saúde de Belém, Romulo Nina, também tranquilizou a população, explicando que o recente caso de um paciente atendido no Pronto-Socorro da 14 de Março gerou repercussão, mas a morte não foi causada pela Mpox. Segundo ele, o quadro geral da doença está estabilizado em Belém e no restante do estado.
Romulo detalhou que o paciente inicialmente foi liberado para isolamento domiciliar, pois não apresentava sinais de gravidade, mas retornou ao hospital posteriormente e morreu. “O laudo apontou que o óbito ocorreu por complicações respiratórias de outras doenças”, explicou.
Durante a coletiva, a Sespa atualizou os números da Mpox no Pará: foram confirmados 19 casos em 2025 até 23 de abril — 14 em Belém, três em Ananindeua, um em Marituba e um caso importado de outro estado. Dois óbitos foram registrados no período, ambos em pacientes com comorbidades que agravaram o quadro clínico. Em comparação, no ano passado, foram 64 casos confirmados, sem mortes.
Sipriano Ferraz destacou que o índice de casos do estado está abaixo da média nacional. “A linha de corte aceitável é 1.0 e, hoje, o Pará apresenta um índice de 0.7, dentro do esperado”, disse. Ele acrescentou que as equipes de saúde seguem fortalecendo ações como capacitação profissional, diagnóstico rápido e atendimento adequado conforme a gravidade dos casos.
Pessoas com HIV são prioridade na vigilância
O secretário também alertou que pessoas vivendo com HIV e imunidade comprometida formam o principal grupo de risco para formas graves da Mpox. Como não existe tratamento específico para o vírus, o acompanhamento precoce é essencial para reduzir riscos.
“A resposta rápida ao surgimento dos primeiros sintomas em pessoas imunossuprimidas é crucial para evitar complicações graves e mortes”, reforçou Ferraz.
Sintomas e medidas de prevenção
Conforme orientação da Sesma, casos suspeitos de Mpox devem ser considerados em pacientes com lesões vesiculosas ou crostosas associadas a sintomas como febre e mal-estar. O diagnóstico é feito por exame laboratorial a partir do material coletado das lesões.
Sobre a Mpox
A Mpox é uma infecção causada pelo vírus Mpox (MPXV), pertencente à família Poxviridae. Trata-se de uma zoonose viral de transmissão rápida.
Formas de transmissão:
- Contato direto com pessoas infectadas
- Contato com superfícies ou materiais contaminados
- Contato com lesões na pele ou fluidos corporais
Principais sintomas:
- Lesões na pele
- Febre
- Dores no corpo
- Dor de cabeça, calafrios e cansaço
- Ínguas no pescoço
Prevenção:
- Evitar contato com casos suspeitos
- Não compartilhar objetos de uso pessoal
- Manter a higienização das mãos
- Utilizar luvas e máscaras, se necessário
Em caso de sintomas: Procure atendimento em uma Unidade de Saúde (UPA, UMS ou UBS) e adote medidas de isolamento. A fase de transmissão da doença costuma durar de duas a quatro semanas, até a formação de crostas nas lesões.