Pará destaca avanços climáticos e ambientais da Amazônia paraense na COP 29

Na abertura da 29ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 29) em Baku, capital do Azerbaijão, nesta segunda-feira (11), o Pará se destacou como um estado brasileiro comprometido com a preservação ambiental. Como sede da próxima COP, em 2025, a delegação paraense tem papel central no evento, onde apresenta avanços que integram a recuperação ambiental com o desenvolvimento econômico sustentável.

O governador Helder Barbalho reforçou a importância do Pará no cenário internacional, destacando o protagonismo do estado na transição para um modelo econômico sustentável na Amazônia. A participação paraense ocorre em um momento crucial para a Amazônia e para o Brasil, com o Pará liderando iniciativas que buscam soluções para a crise climática e social.

Entre os destaques está a Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX), situada na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, em Altamira. A URTX representa uma nova categoria de proteção ambiental com um projeto-piloto de concessão florestal que visa restaurar mais de 10 mil hectares de áreas degradadas e gerar créditos de carbono para financiar a recuperação ambiental. Com um contrato de até 40 anos, o projeto prevê investimentos de R$ 250 milhões e a criação de cerca de 2 mil empregos na região, além de sequestrar aproximadamente quatro milhões de toneladas de carbono, gerando oportunidades sustentáveis para as comunidades locais.

Outro projeto de impacto que o Pará apresenta é o Programa Pecuária Sustentável, que visa fortalecer a integridade e o desenvolvimento da cadeia produtiva com a identificação individual de todo o rebanho até 2026. Esta é a maior iniciativa de monitoramento sanitário e ambiental da pecuária brasileira, reafirmando o compromisso do estado com a redução do desmatamento e o desenvolvimento sustentável. O programa já iniciou a identificação dos animais e está requalificando produtores comprometidos com a recuperação de suas áreas, o que facilita seu retorno ao mercado da carne.

No campo da bioeconomia, o Pará destaca o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, uma das principais obras do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio). Projetado para incentivar uma economia de baixa emissão, o parque servirá como polo de inovação, com espaços voltados para turismo de base comunitária, cultura alimentar, sociobioeconomia e pesquisa. Ele simboliza o compromisso do estado com uma bioeconomia que valoriza conhecimentos ancestrais e os recursos da floresta.

Outro ponto forte é o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN-PA), o primeiro do Brasil, com a meta de restaurar 5,6 milhões de hectares até 2030. Desenvolvido com a participação de comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas, agricultores familiares e populações tradicionais, o PRVN reflete um compromisso inclusivo e participativo com a regeneração ambiental. Através do programa Valoriza Territórios Sustentáveis, que remunera serviços ambientais, o PRVN já conta com a adesão de 800 pequenos produtores rurais que podem receber até R$ 13,4 mil, incentivando práticas ambientais responsáveis com benefícios econômicos.

Em Belém, que sediará a COP 30, a população já comemora os benefícios dos preparativos, como obras estruturantes, programas de capacitação e novas oportunidades de emprego, trazendo transformações que melhoram a vida dos moradores antes mesmo da conferência da ONU, marcada para novembro de 2025.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *