Cuidar da Mente é cuidar da vida é o tema da campanha da Sespa alusiva ao movimento nacional de promoção da saúde mental e emocional das pessoas.
“Cuidar da Mente é cuidar da vida”. Esse é o tema da campanha da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), alusiva ao Janeiro Branco, com ações previstas para a segunda quinzena deste mês.
O Janeiro Branco é uma campanha ao estilo da Campanha Outubro Rosa e da Campanha Novembro Azul. O seu objetivo é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à Saúde Mental e Emocional das pessoas e das instituições humanas.
No Pará, a finalidade da Sespa é sensibilizar a sociedade sobre a importância da promoção e proteção da saúde mental, assim como informar à população sobre o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial, voltada para os cuidados de saúde das pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a coordenadora estadual de Saúde Mental, Ilda Morais, o Janeiro Branco foi idealizado em 2014 por um grupo de psicólogos do município mineiro de Uberlândia, preocupados com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontavam um aumento significativo das doenças mentais. “O mês de janeiro foi escolhido para a campanha em função da grande expectativa que as pessoas criam em relação à chegada de um novo ano”, informou.
Assim, o objetivo é estimular que as pessoas comecem a fortalecer os cuidados com a sua saúde mental, recebendo esclarecimentos e sendo conscientizadas sobre a necessidade de promover o seu bem-estar físico, social e mental, e de se prevenir das doenças mentais.
“E, considerando a pandemia de Covid-19, que afetou emocionalmente grande parte da população por conta do isolamento e distanciamento sociais, torna-se fundamental, neste ano, uma atenção maior à saúde mental da população”, comentou a coordenadora estadual, Ilda Morais.
Atendimento – A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), cujas diretrizes e estratégias de atuação envolvem as três esferas de governo, é composta pela Atenção Básica de Saúde, Atenção Psicossocial, Atenção de Urgência e Emergência, Atenção Residencial de Caráter Transitório, Atenção Hospitalar e Estratégias de Reabilitação Psicossocial.
A porta de entrada do SUS é a Unidade Básica de Saúde, portanto, o usuário em sofrimento mental deve ser encaminhado para as UBs. “Mas também pode ir diretamente ao CAPS, que representa o cuidado especializado com equipe multidisciplinar capacitada para acolher toda a demanda de Saúde Mental e fazer os encaminhamentos que forem necessários, pois a “Rede” oferece diversos níveis de atenção ao usuário”, explicou Ilda Morais.
Porém, se estiver em crise, o usuário pode ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) ou a um serviço de emergência psiquiátrica, como o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.
“Esse fluxo pode ocorrer por meio de demanda espontânea ou referenciada de outros serviços de saúde, tais como Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) etc.
Estatística – Segundo Ilda Morais, conforme dados levantados preliminarmente junto aos CAPSs, os distúrbios mentais mais frequentes são transtorno de ansiedade, depressão, bipolaridade e risco de suicídio, além de Transtorno Compulsivo Obsessivo (TOC).
Sobre internações, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), o Pará registrou 2.967 internações por transtornos mentais e comportamentais de janeiro a dezembro de 2019 e 2.647 internações de janeiro a outubro de 2020, por isso, é fundamental a promoção da saúde mental e prevenção das doenças mentais.
Ilda Morais aponta como principais medidas preventivas o autocuidado, a interação social, o compartilhamento de momentos e sentimentos com outras pessoas de confiança, a construção e o fortalecimento dos vínculos afetivos e sociais.
“Em casos mais graves, a orientamos a busca de ajuda especializada junto aos Centros de Atenção Psicossocial”, observou. Ela ressaltou, por fim, que, no âmbito do SUS, a missão da Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Saúde Mental, é fomentar e assessorar a Política Pública de Saúde Mental junto aos municípios paraenses, conforme as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental (Lei 10.216/2001).
“No entanto, além de diversos CAPSs instalados em todos os municípios, a população conta com seis CAPSs sob a gestão estadual, em Belém e Santarém”, informou a coordenadora estadual de Saúde Mental, Ilda Morais.
Foto: Bruno Cecim/ agência Pará
Informações: Agência Pará