A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, informou que a Polícia Federal está investigando de 18 a 19 focos de incêndio no Pantanal para determinar a autoria. Ela destacou que a ação humana tem sido responsável pela maior parte da devastação registrada no bioma. Em entrevista no Palácio do Planalto após a terceira reunião da sala de situação do governo federal para enfrentar a crise ambiental no Pantanal, Marina Silva afirmou que, segundo informações de órgãos ambientais como Ibama e ICMBio, 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas.
“A história de que os incêndios podem ser causados por raios não é verdadeira. É por ação humana”, enfatizou a ministra. Ela acrescentou que as autoridades policiais estão investigando as circunstâncias dos incêndios, que podem ser considerados criminosos. Marina Silva classificou a situação vivida pelo Pantanal como desoladora, ressaltando que tecnologia avançada está sendo utilizada para identificar os focos e sua propagação.
“A gente não faz esse julgamento a priori, espera que a Justiça faça esse indiciamento, aí nós vamos verificar quem são os proprietários, quais são as fazendas, se foi um processo culposo ou doloso”, completou.
Além da ação humana, o Pantanal enfrenta uma seca severa, com escassez hídrica em toda a bacia. Este ano, dezenas de grandes focos foram registrados antes do período histórico de agosto. Até o momento, mais de 3,8 mil focos de calor foram notificados, consumindo mais de 700 mil hectares do bioma.
Os esforços de combate aos incêndios foram antecipados, e o governo federal liberou R$ 100 milhões para ações do Ibama e ICMBio no Pantanal. Mais de 250 agentes federais, incluindo brigadistas e agentes da Força Nacional, estão atuando na região, com bases estratégicas montadas em Corumbá e na Rodovia Transpantaneira.
A situação levou o governo de Mato Grosso do Sul a reconhecer emergência nos municípios afetados, facilitando a mobilização de recursos e equipes para enfrentar a crise.