Covid-19: Fake News aumentam sensação de pânico entre os brasileiros

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Tão veloz quanto a disseminação do próprio vírus ao redor do mundo está o compartilhamento de rumores e notícias sobre ele. No entanto, à medida que o medo e a insegurança também crescem, está cada vez mais difícil distinguir o que é verdade e o que é fake news sobre esse tema.

De acordo com a jornalista Natália Leal, diretora de conteúdo da Agência Lupa, especialista na checagem de informações, antes de avaliar se uma informação procede ou se trata de uma notícia falsa é importante manter a calma e não compartilhar conteúdos sem a devida comprovação das fontes oficiais. “A gente precisa verificar se aquilo realmente foi dito pelos orgãos de saúde pública, se a orientação é realmente essa ou não. Por isso, a importancia de procurar fontes confiáveis que venham acompanhados de alguma comprovação como imagem, texto, documento, etc. O Ministério da Saúde,nesse caso específico da pandemia, que tem sido bastante efetivo nas respostas”.

Para ajudar a combater a disseminação de notícias falsas sobre o novo Coronavírus que já foram desmentidas pelos orgãos competentes de saúde pública, o Notícia do Pará fez uma lista das 10 fake news mais disseminadas em redes sociais durante essa pandemia. Confira abaixo e evite disseminá-las para amigos e familiares ou conhecidos:

1. “Vacina contra o Covid-19 foi descoberta” (falso)

A grande dificuldade dos cientistas em encontrar uma vacina contra a doença está no fato de que o vírus está em constante mutação. No entanto, tentativas continuam sendo feitas. Nesse contexto, nesta terça-feira, 17, um jornal chinês anunciou que o país asiático deu aval a pesquisadores para que iniciem testes de segurança em humanos de uma vacina experimental. Por enquanto, é só mais um teste.

2. “Idoso que sair de casa terá aposentadoria cortada” (falso)

Uma mensagem circulando no WhatsApp mostra um comunicado com o logotipo do Ministério da Saúde e informa que o governo está suspendendo a aposentadoria de idosos que forem pegos andando nas ruas. O objetivo da informação era evitar que as pessoas com mais de 60 anos saíssem de casa e conter a transmissão do coronavírus. Apesar de bem intencionada, a informação é falsa. O comunicado não é da pasta da Saúde e os idosos não estão sendo multados caso saiam às ruas. Mas a recomendação expressa dos órgãos de saúde é para que todos evitem sair de casa, principalmente pessoas com mais de 60 anos e com doenças crônicas, considerados do grupo de risco.

3. “Água quente é capaz de matar o vírus” (falso)

Uma mensagem que está sendo amplamente compartilhada nas redes sociais traz uma orientação supostamente dada por um profissional da saúde sobre beber água quente (entre 26ºC e 27ºC)para matar o coronavírus. O Ministério da Saúde lembra que a temperatura do corpo é de ao menos 36ºC, portanto, ingerir líquidos nas temperaturas sugeridas não faria qualquer diferença. Enfatiza, no entanto, que não há medicamento, substância, vitamina ou alimento específico capaz de evitar o contágio.

4. “Ingestão de álcool ajuda a combater o vírus” (falso)

No Irã, um dos países mais fechados do mundo e onde o consumo de bebidas alcóolicas é proibido, circulou o boato de que a ingestão de álcool poderia combater o vírus. Como resultado, 40 pessoas morreram por complicações decorrentes da ingestão de álcool puro do tipo usado na limpeza ou bebidas contrabandeadas.

5. “Prender a respiração por 10 segundos indica se a pessoa tem a doença” (falso)

No Brasil, a desinformação também está circulando com força total. Um dos boatos fala sobre uma espécie de teste caseiro, que revelaria se a pessoa foi contaminada pela doença: respirar fundo, prender a respiração por mais de 10 segundos. Se conseguir fazer isso sem tossir, você não está infectado. A questão é séria e fez com que o Ministério da Saúde montasse uma página dedicada ao monitoramento dessas histórias e a checagem dos fatos.

6. “Cocaína protege contra o vírus” (falso)

Se na Índia, o boato falava sobre o consumo de urina de vaca, na França, diz respeito ao uso de uma droga, a cocaína. Na semana passada, o governo francês precisou fazer um post em suas contas oficiais nas redes sociais para desmentir a história. “Não, a cocaína não te protege contra a COVID-19. É uma droga viciante, que causa efeitos colaterais sérios e é prejudicial à saúde das pessoas”, dizia a mensagem oficial.

7. “Desinfetantes antibactericidas não têm eficácia contra a doença” (falso)

Nos Estados Unidos, país que já registra quase 5 mil casos confirmados do novo coronavírus, um boato que está circulando com força é o de que desinfetantes antibactericidas para as mãos não teriam eficácia contra a doença. De acordo com a revista americana Newsweek, essa fake news começou a se espalhar no início de março, via Twitter, e não tem qualquer fundamento: segundo o Centro de Controle de Doenças do país, é perfeitamente possível usar o item para higienizar as mãos quando não há água e sabão disponíveis.

8. “Vacina desenvolvida na Austrália está à venda na Suíça” (falso)

A Itália é um dos países mais afetados pela epidemia do novo coronavírus. Hoje, é o segundo maior em número de casos confirmados, atrás apenas da China. Não à toa, o país inteiro está em quarentena. Por lá, a desinformação também anda em alta. Um dos boatos mais populares diz respeito à uma vacina, que teria sido desenvolvida na Austrália, e que poderia ser usada no combate ao vírus.

Ainda de acordo com a história, a vacina só poderia ser encontrada na Suíça. Essa mentira circulou especialmente em Veneza, em um folheto distribuído nas ruas da cidade. Nele, havia um endereço de e-mail e instruções para o depósito de 50 euros para a aquisição da vacina. A história é boa e, evidentemente, trouxe esperanças para muitas pessoas, mas é falsa.

9. “Urina e estrume de vaca pode curar o novo coronavírus” (falso)

Na Índia, uma política do partido governista Bharatiya Janata (o mesmo do primeiro—ministro Narendra Modi) disse à imprensa que as pessoas poderiam usar urina e estrume de vaca para curar o novo coronavírus. Vale lembrar que a vaca é considerada sagrada no país e que o uso da urina deste animal em situações terapêuticas é comum. Nesta sexta-feira, 12, informou a agência Reuters, um grupo religioso irá até realizar uma festa para o consumo do líquido, apesar dos alertas de profissionais da saúde quanto a sua eficácia contra o novo coronavírus e os riscos que a ingestão pode trazer.

10. “Coronavírus veio dos inseticidas” (falso)

Circula na internet uma imagem que mostra o rótulo de um inseticida, no qual se lê “human coronavírus”. Muito que bem, as imagens são falsas. Ainda não há consenso na comunidade científica sobre a origem do novo coronavírus. No entanto, as formas de transmissão e contaminação, explica o Ministério da Saúde, são por meio do contato com secreções ou pelo ar.

(Com informações do Ministério da Saúde e do portal Exame.com)

Foto: Reprodução/ Getty Images

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