De janeiro de 2021 até o dia 11 deste mês foram registrados na capital paraense 264 casos confirmados de dengue. No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 137 casos, o que representa um crescimento em torno de 92,7% no quantitativo deste ano. Além disso, no mesmo período deste ano, houve o registro de oito casos de chikungunya, contra 17 confirmados ano passado.
Outra doença que também tem o Aedes aegypti como vetor de transmissão é a zika. Porém, há dois anos não são registrados casos em Belém. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Embora o número de casos das doenças não seja tão expressivo, em meio à pandemia da Covid-19 é necessário que a população esteja atenta não só para perceber os sinais de sintomas das patologias, como deve redobrar os cuidados para evitar a proliferação do mosquito transmissor.
Coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue (PMCD), Tadeu Morais explicou que, quando há registro de alguma delas, as equipes da Sesma atuam no sentido de realizar ações para combater e eliminar focos, assim como promover trabalhos educativos junto à população.
Sobre o aumento de casos de dengue este ano, Tadeu acredita que se deve, possivelmente, a uma subnotificação no ano passado. “Pode ser pela questão das chuvas e, ano passado, a população estava muito preocupada com a chegada da pandemia. E, como os sintomas se assemelham, as pessoas acabaram dando mais atenção para o coronavírus do que para a dengue. Pode ter tido uma subnotificação. As pessoas acabaram ficando mais em casa, de repente, sem saber que estavam com dengue”, pontuou.
De acordo com Tadeu, uma das principais diferenças de sintomas entre a dengue e as outras duas doenças é a febre, que na dengue costuma ser mais alta, podendo atingir entre 38ºC e 39ºC. Na zika e chikungunya é mais amena, podendo chegar a 37,5ºC. “Se aparecerem as manchas avermelhadas pelo corpo logo nos primeiros dias pode ser zika. Na dengue essas manchas só aparecem lá pelo sexto ao sétimo dia de sintomas. Também pode haver mialgia e dores nas juntas na dengue”, explicou.
Já a chikungunya apresenta um quadro de inchaço nas juntas, podendo deixar a pessoa “encurvada” por não conseguir firmar a coluna de forma ereta. “Não existe tratamento específico para essas três doenças. A pessoa precisa ir ao médico, que vai passar a medicação conforme a sintomatologia do paciente. A pessoa jamais deve se automedicar. A dengue, por exemplo, pode evoluir para uma forma hemorrágica por uso de um medicamento errado. Apareceu alguns desses sintomas deve procurar médico”, afirmou.
ENTULHOS
Na tarde de ontem (17), a equipe do DIÁRIO flagrou no entorno de canais o despejo irregular de pneus, vasos sanitários e até uma carcaça de geladeira que estava dentro do canal na Bernardo Sayão, no bairro do Jurunas. Entulhos despejados de forma irregular podem servir de criadouros para o Aedes aegypti.
A autônoma Deyse Santos, 31 anos, procura manter os cuidados em casa. Ela reside com a mãe e o filho de 4 anos em uma casa em frente ao canal da Generalíssimo, no bairro da Cremação. Dá muito carapanã dentro de casal. Mas a gente procura não deixar água parada. Quando falta água, a gente enche um balde, mas deixa tampado. Nunca tivemos nenhuma dessas doenças, graças a Deus”, disse.
A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informa que todos os 65 canais de Belém passaram por limpeza mecânica e manual. Nos 100 primeiros dias de gestão foram recolhidas mais de 56 mil toneladas de entulhos. A Sesan salienta que o descarte irregular e indiscriminado de entulhos é crime ambiental.
Foto: Reprodução
Qqqq Informações: Diário On-line