O aparecimento de algas marinhas nas praias, especialmente das espécies que recobrem parte da faixa de areia, é um fenômeno relativamente comum. Diversos fatores naturais podem influenciar esse processo, incluindo a interferência humana no ecossistema marinho.
Nesta quarta-feira (19), imagens que circulam nas redes sociais mostram a proliferação da alga marinha Sargaço em praias de Salinópolis, no nordeste do Pará, chamando a atenção dos internautas.
O biólogo Basílio Guerreiro, do Parque Zoobotânico Mangal das Garças, explica que essas algas marrons costumam invadir as praias em diferentes circunstâncias. “Elas aparecem, principalmente, com mudanças nas correntes marinhas, nos ventos e na temperatura da água. Além disso, estão associadas às mudanças climáticas. O lançamento de efluentes sem tratamento também contribui para esse aumento, pois esses resíduos servem de nutrientes e favorecem sua reprodução”, detalha.
Segundo o especialista, a proliferação dessas algas indica um possível desequilíbrio ambiental, exigindo estudos científicos mais aprofundados. “O desmatamento das margens dos rios, a monocultura intensiva e o uso excessivo de fertilizantes também podem favorecer esse crescimento, já que esses compostos acabam na água e nutrem os organismos”, acrescenta.
Apesar da alteração na paisagem e da impossibilidade de banho em algumas áreas, o biólogo ressalta que essas algas não representam riscos diretos ao contato humano. “Elas realizam fotossíntese, mas não são plantas”, esclarece.
