A procura por oxigênio hospitalar para tratar pacientes com o novo coronavírus aumentou 200% este ano no Pará.
A principal fornecedora de oxigênio para o estado disse que trabalha no limite da capacidade de produção para dar conta de atender a rede estadual de saúde.
O governo e a prefeitura de Belém tiveram que adquirir usinas para ampliar a oferta nos hospitais de referência e evitar o desabastecimento durante a pandemia.
Nesta quarta, duas novas usinas de oxigênio começaram a ser instaladas no Hospital Redentor, em Belém, para ampliar a capacidade de atendimentos. O hospital passou a ser administrado pela prefeitura este mês e tem 60 leitos entre clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para tratar exclusivamente pacientes com a Covid-19.
O diretor administrativo do hospital, Márcio Gomes, disse que “haverá uma produção mensal de 14 mil metros cúbicos de oxigênio”. “Vamos trabalhar com essa produção para atender 50 pacientes em leitos clínicos e 10 pacientes em leitos de UTI. A partir do momento da instalação da usina de oxigênio, a nossa expectativa é que ela fique pronta já na semana que vem, nós vamos ter o Hospital Redentor como retaguarda para os casos de Covid-19”.
Esta semana, o governo do estado também adquiriu uma usina para que falte oxigênio nos leitos do hospital de campanha, montado no Hangar. A medida foi necessária diante do aumento de 98% do número de internados, neste mês de março.
Em ofício enviado ao Ministério Público do Pará (MPPA), a empresa White Martins, que é a principal fornecedora de oxigênio para o estado, alega que a demanda atual de oxigênio teve aumento de 200% entre 25 de janeiro e 19 de março.
O documento diz ainda que “na região metropolitana de Belém, no mesmo período, o crescimento foi de aproximadamente 240%”.
A White Martins também disse que não vem sendo avisada previamente sobre o aumento de leitos na rede pública de saúde e que isso compromete os atendimentos.
Já a prefeitura de Belém afirma que não há risco de desabastecimento de oxigênio no sistema municipal de saúde. “A capacidade dessa nossa usina, vamos dizer assim… é uma capacidade duplicada, tem condições de atender até dois pontos com essa usina, ela tem duas torres que pode ser subdividida… Então essa questão de desabastecimento eu não acredito possa vir a acontecer”, afirmou Márcio Gomes.
Gomes disse, ainda, que a prefeitura está atenta, “com equipes bem postas para qualquer eventualidade” e que “de qualquer forma, a situação está sob controle até o momento”.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disse que “possui uma equipe técnica que monitora diariamente a necessidade de novos leitos para atendimento de Covid-19 no estado assim como a estrutura necessária para montá-los, o que inclui estudos sobre o consumo diário de oxigênio”.
A secretaria afirmou, ainda, que “está em constante diálogo com as empresas fornecedoras de oxigênio no estado” e que, “atualmente, a produção diária de oxigênio contratada garante o abastecimento da rede estadual”.
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Informações: G1 Pará