O caso aconteceu na quarta-feira (16), em uma embarcação que vinha de Breves para Belém. Segundo diversas denúncias, o agressor seria policial civil e abusava do poder para expulsar a passageira do navio. Ele teria se incomodado com a mulher que prendeu a rede ao lado da dele no interior da embarcação. Não satisfeito, deu voz de prisão, gritou, xingou e agrediu a mulher, usando da força e jogando parte dos pertences da passageira no rio.
A vítima relatou que chegou a ser expulsa do navio pelos investigadores e levada para a delegacia, denuncia que foi coagida a gravar um vídeo pedindo desculpas pelo ocorrido.
“Eles disseram que se eu não fizesse um vídeo dentro da delegacia pedindo desculpas, que eu ia presa. Eu fui coagida dentro da própria delegacia, fui empurrada e lá dentro tem câmera, dá pra ver tudo. A polícia sempre está correta, a polícia é sempre a primeira a ser ouvida. O trabalhador, que não tem dinheiro, fica passando por esse tipo de situação”, lamenta ela.
Os três policiais, sendo um escrivão e dois investigadores, envolvidos na agressão, foram afastados de suas atividades. A informação foi divulgada pelo titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Ualame Machado, durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (17), na sede do órgão, em Belém.
Os policiais foram afastados preventivamente de suas atividades, além de terem suas armas e carteiras funcionais retiradas. Eles aguardarão a conclusão do perecimento sem estar em exercício das atividades. Ualame informou, ainda, que os três policiais são lotados em Portel e foram autuados em flagrante por Abuso de Autoridade e lesão corporal. Testemunhas que estavam na embarcação no momento da confusão foram ouvidas.
Após serem ouvidas, as duas mulheres envolvidas na situação foram conduzidas para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para que o procedimento de corpo de delito fosse realizado. Vídeos feitos com os envolvidos nos casos e com passageiros que presenciaram o fato foram publicados nas redes sociais. O titular da Segup afirma que essa postura também está sendo investigada.
“Com relação ao vídeo gravado no interior da Delegacia de Breves, esse fato está sendo apurado pela corregedoria regional de Breves. De fato é o episódio que foge à regra dos procedimentos. Se houve algum acordo interno na delegacia entre as partes isso deveria ter ficado registrado formalmente e não em um vídeo gravado pelas partes. Essa conduta da gravação de um vídeo no interior da delegacia sem procedimento correto está sendo apurado pela corregedoria regional de Breves em procedimento à parte.” destacou.
Os três estão à disposição da corregedoria até que os fatos sejam apurados. Foi arbitrada fiança, como prevê a lei, para crimes que não somam quatro anos de penalidade.
Na manhã de hoje, o governador Helder Barbalho se pronunciou sobre o caso e classificou o caso como “inaceitável e lamentável”. Ele disse, ainda, que “o Estado não irá tolerar esses tipos de excessos”, além de pedir urgência na apuração do caso.
Foto: Reprodução redes sociais
Informações: Diário Online.