Desde 2003, o Hemopa não recebe apenas doações de sangue, o órgão é responsável também por realizar o cadastro de possíveis doadores de medula óssea, que podem se tornar efetivamente doadores, caso o Instituto Nacional de Câncer – INCA, órgão responsável pelo cruzamento entre os bancos de dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), identifique que há compatibilidade entre os doadores e os pacientes.
“Fazer parte do registro de medula óssea é um gesto simples que pode dar uma nova vida para outra pessoa. É insignificante a quantidade de sangue que coletam para o cadastro, mas caso a gente seja compatível, podemos nos tornar doadores e salvar vidas, o que tem um significado enorme pra mim”, afirma a educadora física, Lidiane Mendonça, cadastrada desde 2017 no Redome.
Os receptores podem ser brasileiros ou estrangeiros, que necessitam de transplante por conta de leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios, baço e anemias graves (adquiridas ou congênitas). O transplante de medula óssea pode ser indicado para o tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças. É importante ressaltar que, caso um paraense cadastrado seja compatível com algum paciente do Brasil ou do mundo, todos os custos com deslocamento e hospedagem do doador e de seu acompanhante serão de responsabilidade do SUS.
A gerente de captação do Hemopa, Juciara Farias, explica que ao se cadastrar, o voluntário não se torna efetivamente um doador. “Em um primeiro momento, ao se registrar, o voluntário doa a sua intenção e disponibilidade para se tornar um doador de medula óssea. A doação só se concretizará caso o INCA identifique a compatibilidade com algum paciente”, alerta Juciara.
Pará conta com 130 mil doadores de medula
O Estado do Pará conta, em média, com 130 mil doadores cadastrados. Ao todo, no Brasil, são 4,5 milhões de voluntários. A probabilidade de um doador ser compatível com os seus familiares é de 30%, entretanto, em relação à compatibilidade com qualquer outra pessoa, as chances são menores. No Brasil, é de 1 em 100 mil a chance de encontrar um doador compatível.
“Quanto mais voluntários estiverem cadastrados, conseguiremos formar um banco de possíveis doadores cada vez maior e aumentamos a possibilidade de encontrar doadores compatíveis”, garante a gerente de captação do Hemopa. “São necessários apenas 5 ml de sangue para que a pessoa faça parte do registro de medula óssea, que podem ser coletados no momento da doação de sangue ou mesmo para quem não vai realizar a doação de sangue naquele momento”, informa.
Como se cadastrar
Basta comparecer a uma das unidades da Fundação Hemopa e portar documento oficial de identidade original com foto. A pessoa deve ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde e não ter nenhuma doença infecciosa ou incapacitante. Para mais informações, ligue ou acesse o site do Hemopa: (91) 3110-6500/ 0800-2808118. E-mail: captação@hemopa.pa.gov.br.
(Com informações da Agência Pará)
Foto: Alex Ribeiro/Ag. Pará