O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na quinta-feira (5/6), aponta aumento contínuo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à influenza A e ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em diversas regiões do país. O Pará está entre os 25 estados com incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento no longo prazo. Também estão nessa condição: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
A mortalidade por SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre crianças e idosos. Entre os mais velhos, a maioria das mortes está relacionada à influenza A. Já nas crianças, predominam os casos causados por rinovírus e influenza A. Os dados se referem à Semana Epidemiológica 22, de 25 a 31 de maio.
Tatiana Portella, pesquisadora da Fiocruz e do InfoGripe, destaca que, embora o aumento de casos em crianças continue na maior parte do país, alguns estados do Centro-Sul, Norte e o Ceará já mostram sinais de estabilização ou interrupção dessa tendência. “Ainda assim, os índices permanecem altos nessas regiões. Por isso, reforço a importância da vacinação contra influenza A, especialmente entre idosos, crianças, pessoas com comorbidades e gestantes”, afirma.
Entre jovens, adultos e idosos, os casos de SRAG relacionados à influenza A seguem em crescimento, com níveis moderados a muito altos na maioria dos estados das regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste. Contudo, já há sinais de queda em Mato Grosso do Sul e de estabilização no Ceará, Pará e Tocantins, embora as taxas ainda sejam elevadas.
A faixa etária mais afetada pelo VSR continua sendo a de crianças de até quatro anos, embora rinovírus e influenza A também contribuam para o aumento de casos nesse grupo e entre adolescentes de até 14 anos. “Os dados laboratoriais indicam que a influenza A é a principal causa de hospitalizações por SRAG entre idosos com 65 anos ou mais e em pessoas a partir dos 15 anos”, completa Portella.
O boletim também informa que 15 capitais estão com níveis de SRAG em alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento: Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Porto Alegre, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo.
Mais de 80 mil casos em 2025
Desde o início de 2025, o país já registrou 83.928 casos de SRAG. Desse total, 49,4% (41.455) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 35,2% (29.563) testaram negativo; e 8,7% (7.334) ainda aguardam resultado.
Entre os casos positivos, a distribuição foi: 22,7% influenza A, 1,2% influenza B, 45% VSR, 22,8% rinovírus e 11,1% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os positivos foi de 38,9% para influenza A, 47,3% para VSR, 15,9% para rinovírus, 0,9% para influenza B e 1,7% para Sars-CoV-2.
Já entre os óbitos no mesmo período, a influenza A foi responsável por 73,4% dos casos, seguida por VSR (12,8%), rinovírus (10,4%), Sars-CoV-2 (5,1%) e influenza B (1,3%).