Câncer de ovário: o desafio do diagnóstico em uma doença silenciosa

O câncer de ovário é conhecido por ser uma doença silenciosa. Isso porque, nos estágios iniciais, ele quase não apresenta sintomas claros, o que atrasa o diagnóstico. Por essa razão, cerca de 80% dos casos só são descobertos quando a doença já está em estágio avançado. Quando os sinais começam a aparecer, os mais comuns são inchaço abdominal, dor na pelve, dificuldade para se alimentar, alterações no ciclo menstrual e vontade frequente de urinar.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse é o terceiro tipo de câncer ginecológico mais comum no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de colo do útero e de endométrio. Ele afeta principalmente mulheres na pós-menopausa e, conforme dados do Ministério da Saúde, é o oitavo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres brasileiras. A previsão é de 7.310 novos casos por ano no período de 2023 a 2025 — o que representa um risco de 6,62 casos a cada 100 mil mulheres.

Na região Norte, a estimativa é de 3,61 casos por 100 mil mulheres, colocando o câncer de ovário na sétima posição entre os tipos mais diagnosticados na região. No Pará, entre janeiro de 2023 e abril de 2025, o Hospital Ophir Loyola atendeu 379 mulheres com a doença, de diferentes idades e origens.

Um caso que ganhou destaque mundial foi o da atriz Angelina Jolie. Com histórico familiar de câncer — por parte da mãe e da avó — ela descobriu ter a mutação no gene BRCA1, que está ligado ao risco de desenvolver câncer de mama e ovário. Para se prevenir, a atriz optou por retirar os ovários e as mamas em 2015. A oncologista Danielle Feio, do Hospital Ophir Loyola, ressalta que esse tipo de mutação genética é um dos fatores de risco, mas não o único. É importante que as mulheres fiquem atentas ao histórico familiar e outros sinais.

De acordo com o Ministério da Saúde, alterações nos genes BRCA1, BRCA2 e em mecanismos de controle do ciclo celular estão presentes em até 15% dos casos de câncer de ovário.

A dificuldade para diagnosticar o câncer no início é um grande desafio. A paciente Rosineth, por exemplo, conta que antes de descobrir a doença foi tratada para mioma. “Fiz uma cirurgia para retirar um mioma, mas não fizeram biópsia. Quatro meses depois, as dores voltaram com mais intensidade”, relatou.

Alguns exames podem ajudar na detecção da doença, como o marcador tumoral CA-125, além de exames de imagem como ultrassom transvaginal, tomografia, ressonância magnética e raio-X. A biópsia também é fundamental para confirmar o diagnóstico.

Atendimento
Para ser atendido no Hospital Ophir Loyola, o paciente deve ser encaminhado por meio do sistema de regulação, via Unidade Básica de Saúde (UBS) ou pela Secretaria de Saúde do município de origem.

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