Violência doméstica pode ser denunciada pelo aplicativo ParáPaz Acolhe

Criado no final de abril, quando diversos municípios paraenses se preparavam para entrar em lockdown para controlar a disseminação do novo Coronavírus, o web aplicativo ParáPaz Acolhe facilita a comunicação de mulheres, adolescentes ou crianças em situação de violência doméstica. No atendimento realizado por meio de chat online pelas assistentes sociais da Fundação ParáPaz, as vítimas podem buscar informações, orientações e até denunciar seus agressores.

A presidente da Fundação, Jamille Saraty, explica que as restrições de circulação de pessoas acabaram criando uma preocupação sobre possíveis dificuldades em denunciar essas ocorrências. “Sem contar que, por vezes, quem pratica a violência usa o isolamento social como pretexto para garantir o cárcere privado”, justifica. Ela entrou em contato com a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa), que desenvolveu a plataforma em tempo recorde, cerca de dois meses, e tendo a simplicidade como norte, justamente para facilitar o acesso e de forma rápida.

“Trata-se de um aplicativo em que a mulher pode não precisar, necessariamente, denunciar – o que é muito comum, pois a maioria tem medo de formalizar uma denúncia. É um espaço de acolhimento, para pedir apoio, ser ouvida, conversar”, detalha Jamille Saraty. “Se a vítima decidir formalizar e autorizar, aí a assistente social faz o encaminhamento às autoridades competentes”, acrescenta.

Nova versão – O web app deve ganhar uma versão para download em lojas de aplicativos móveis, e também ser utilizado para contabilizar mais detalhes sobre as estatísticas de violência – que servirão posteriormente para orientar a criação de novas políticas públicas de enfrentamento a essa realidade, de acordo com as peculiaridades regionalizadas. 

“A ideia é que os atendimentos gerem um relatório de quantitativo, porcentagem, perfil das denunciantes de todo o Estado. Quando a gente sabe exatamente o que se está combatendo, a ação é mais eficaz”, avalia a presidente da Fundação ParáPaz. 

(Com informações da Agência Pará)

Foto: Ricardo Amanajás/Ag. Pará

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