Barra energética com sabores regionais é opção para Alérgicos alimentares

Sabe aquelas barrinhas de cereais que a gente encontra facilmente em lojas de produtos de alimentação fitness, gondolas de itens saudáveis de supermercados e farmácias?, pois é, a alguns anos elas vem conquistando adeptos, por apresentar altos teores de proteínas e nutrientes, além de se encaixar muito bem no estilo de vida que alia a praticidade ao saudável.
O Pará mais uma vez é palco de inovação e tecnologia com produção cientifica. Desta vez na área da alimentação, com um importante fator de inclusão, já que a pesquisa gerou um produto capaz de atender pessoas com intolerância e alergia alimentar.

Elaborada pela nutricionista, Isadora Cordeiro dos Prazeres, com orientação da professora Ana Vânia Carvalho, no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA/ITEC), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a barra de cereal, multicomponente à base de farinha de tapioca, castanha-do-Pará e frutas regionais, valoriza os produtos alimentícios típicos do Estado.

“A nossa culinária tem sabores marcantes e característicos. Isso fica evidente quando as pessoas vêm de fora e ficam encantadas. Pensamos em uma forma de incluir frutas regionais no mercado externo, por meio das barras”, explica Isadora Cordeiro.

Depois de vários testes, já que no Pará possuímos uma diversidade de sabores, dois foram escolhidos para a produção: o açaí e o cupuaçu. A escolha levou em conta um critério importante, a aceitação do público, já que tantos os paraense quanto os turistas possuem uma boa relação de consumo com os frutos. “Inicialmente, os degustadores foram alunos da UFPA que se disponibilizaram a participar da pesquisa. Esse grupo tinha mais de 100 pessoas. Nós queríamos fazer barras de cereais mesmo, então testamos componentes como aveia e quinoa. Porém percebemos que seria mais interessante para a pesquisa fazer barras que tivessem só a tapioca e a castanha-do-Pará como ingredientes secos”, Explicou a pesquisadora.
Após definida os ingredientes que compõem a barra, deu-se início a fase de análises, verificação do valor calórico, de textura e a análise microbiológica. E com testes negativos para salmonella, bolores, leveduras e coliformes fecais, os resultados atenderam as exigências da Legislação RDC nº 12, de 2001.

Fator de inclusão alimentar: o produto é livre de glúten e lactose
Com o crescente número de agrotóxicos utilizados na produção de alimentos no Brasil, desenvolver alergias alimentares tem se tornado cada vez mais comum. Afinal de contas, tudo o que comemos sofre mudanças genéticas constantes, muitas vezes imperceptíveis ao olhar, mas com efeitos catastróficos a longo prazo para a nossa saúde.

Esse movimento comercial de produção em escala e sem “qualidade” sustentável e saudável, tem causado também efeitos comerciais no mercado de oferta de produtos alternativos para aqueles que sofrem com a excludente rotina das alergias alimentares.
Apesar de já se notar um movimento nesse sentido de fornecer opções para essa nova leva de consumidores, ainda se tem poucas opções de produtos a serem consumidos com segurança. Diante disse, ter um produto regional, altamente nutritivo, com saber único e livre de glúten e lactose, considerados como agentes de alergia alimentar de grande relevância, é além de entusiasmante, libertador e inclusivo.

“Quem é mãe de criança alérgica Alimentar, sabe o quanto é difícil conviver com a falta de alternativas, de produtos seguros e saborosos para consumir. Ter algo com nossos sabores nos faz ter esperança e nos enche de orgulho dos nossos pesquisadores. Torço para que esse e outros produtos cheguem até nós com mais facilidade.” Disse Luana Campos, mãe da Ana Letícia, que tem 5 anos e é celíaca.

A possibilidade alimentar também traz boas perspectivas para os amantes da vida saudável e adeptos de atividades físicas, já que é produzida com o açaí, que contém grande quantidade de gorduras insaturadas, e a farinha de tapioca que possui alta taxa de carboidratos
“Ela poderia ser usada como uma barra pré-treino, pois, durante a prática de exercício, o corpo precisa de energia, e o ideal é comer algo com boas quantidades de carboidratos”, ressaltou, Isadora.


O produto, prioriza os componentes naturais e por isso não deve ter a durabilidade comparada as barras de cereais convencionais, que recebem uma enorme quantidade de aditivos químicos para ter maior tempo de comercialização. A finalidade é justamente ter um produto competitivo no mercado, mas que vise a qualidade e a saúde. “o objetivo era produzir algo realmente saudável, natural, que agregasse valor aos nossos produtos”, afirma a pesquisadora.


E quem já espera pela inovação nas prateleiras, conta os segundos para ter em mãos a praticidade de um alimento saudável, inclusivo, com sabores paraenses e com preço justo.
“É uma grande possibilidade e não vejo a hora de poder trocar as barrinhas industrializadas que consumo na minha rotina corrida, pelas barrinhas com nosso sabor. E o mais legal é saber que elas são fruto de uma pesquisa que aconteceu aqui em Belém e que pode ganhar o país .” Disse, o Advogado, Lucas Azevedo.


(Com informações do Jornal Beira Rio / UFPA)


Foto: Alexandre Moraes

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