Pesquisa mostra que Unidades de conservação podem proteger recursos pesqueiros no Pará

A ciência tem desempenhado cada vez mais um papel decisivo nas questões ambientais do planeta. Com profissionais engajados, que buscam analisar a fundo as transformações ocorridas ao longo dos anos, tem sido possível alertar para problemas futuros e encontrar soluções para muitos já existentes.

Parte desses pesquisadores estão no Pará e no interior do Estado, desenvolvendo pesquisas consistentes, como o recente estudo inédito realizado na região Amazônica, que comprova que unidades de conservação, que possuem foco na proteção de ecossistemas terrestres, também têm potencial para proteger os estoques pesqueiros aqui no Estado.

Para chegar a essa conclusão, a pesquisa avaliou três unidades de conservação do baixo Rio Tapajós, na região de Santarém, Oeste do Estado. Verificando, as mudanças na composição e abundância dos recursos pesqueiros ao longo do tempo em três diferentes unidades de conservação: A Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns e a Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão.

Liderado pelo professor e coordenador do Laboratório de Ecologia Humana, Peixes, Pesca e Conservação, Gustavo Hallwass, do Campus Oriximiná da Ufopa, a pesquisa contou com a colaboração de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),na Bahia.

E apontou resultados relevantes, como a redução significativa na captura de peixes de grande porte como o pirarucu, o tambaqui e o tucunaré, nos últimos anos. Mas, na contramão desse índice, houve aumento na captura de peixes médios como a pescada, o mapará e o jaraqui, muito consumidos pela população local, por possuir um preço mais acessível.

A pesquisa mostrou também, os níveis de conservação pesqueira em cada uma das três áreas protegidas analisadas:
A Flona do Tapajós saiu na frente nos níveis de conservação dos recursos pesqueiros. Tendo como fator decisivo, a criação há mais de 40 anos e com regras rigorosas quanto à comercialização dos peixes capturados na área.
A Resex Tapajós-Arapiuns, criada a mais ou menos 15 anos, apresentou um nível intermediário de conservação dos peixes explorados.

A APA Alter do Chão, mais jovem das três e com regras pouco restritivas, apresentou o menor nível de proteção aos estoques pesqueiros.

Para o pesquisador Gustavo Hallwass, os resultados reforçam a importância da existência das unidades de conservação na Amazônia, para a existência dos recursos pesqueiros, a manutenção da segurança alimentar e a renda das populações ribeirinhas da região. A pesquisa também alerta e sugere que as unidades de conservação aumentem seu foco na preservação dos ecossistemas aquáticos, já que grande parte da população Amazônica depende desse tipo de recurso natural para subsistência.

Reconhecida internacionalmente, a pesquisa sobre as unidades de conservação paraenses ganhou o mundo ao ter seu resultado publicado na revista Animal Conservation, de estudos internacionais relacionados à conservação de espécies aquáticas e terrestres. Um marco importante, que se levado em consideração, pode evitar a escassez de várias espécies de peixes na região, e consequentemente, a garantir o alimento na mesa do consumidor.

(Com informações da Comunicação da Ufopa / Professor pesquisador)

Foto: AD’Produções

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