Copa América no Brasil pode agravar terceira onda e ‘caldeirão’ de variantes

Depois da recusa da Argentina e Colômbia, o Brasil pode sediar a Copa América do dia 13 de junho a 10 de julho deste ano. O torneio de futebol reúne seleções de países da América do Sul e deve atrair milhares de pessoas para o país, incluindo jogadores, comissão técnica e torcedores, embora os jogos sejam fechados ao público. 

Epidemiologistas entrevistados definiram como “crime”, “insanidade” e “paranoia” caso o país leve adiante a possibilidade de promover o campeonato no país.

O anúncio de que o Brasil havia sido escolhido como sede da competição foi feito na manhã de segunda-feira (31/5) pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Apesar disso, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, disse que ainda não há confirmação de que o país vai sediar a Copa América. Segundo ele, a decisão será anunciada nesta terça-feira (1/6).

Antonio Augusto Moura da Silva, professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), diz que hoje o Brasil não tem condições de receber nenhum evento. Segundo ele, a chegada de turistas ao país pode causar um colapso no sistema de saúde já saturado por conta da quantidade de pacientes internados com covid-19. 

“Estamos enfrentando uma segunda onda que não arrefeceu ainda. A taxa de transmissão também está muito elevada e estamos numa situação de descontrole. Além disso, a taxa de imunização está muito baixa, com apenas 10,4% da população vacinada com a segunda dose da vacina contra a covid”, explica. 

A média diária de mortes nos últimos sete dias ficou em 1.848. Mesmo com tantos casos, o país aceitou a proposta da Conmebol para sediar o evento esportivo. Já a Argentina anunciou sua desistência, após registrar uma alta de casos de covid nas últimas semanas. A Colômbia também rejeitou a proposta por enfrentar uma onda de protestos contra o governo. A competição seria realizada em conjunto pelos dois países.

Apesar de a Conmebol ter afirmado que a Copa América 2021 será sediada no Brasil, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou na noite desta segunda-feira (31/5) que a realização do evento no país ainda está em negociação.

“Ainda não tem nada certo, estamos no meio do processo”, disse Ramos, em entrevista coletiva. “Mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possível de atender.” 

Foto: Reprodução 

Informações: BBC News Brasil 

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