Comando Vermelho ameaça matar agentes penais e explodir órgãos públicos

Áudios que circulam no Whats App este final de semana entre autoridades da segurança pública no Pará apontam uma suposta negociação entre o tenente-coronel Vicente Neto, da Polícia Militar, com líderes da organização criminosa Comando Vermelho.

As conversas obtidas pelo site Ver-o-Fato mostram diálogos sobre facilidades dentro das penitenciárias, como o Complexo de Americano, em Santa Izabel do Pará.

Há solicitações relacionadas a visitas íntimas, quatro refeições diárias, banho de sol, troca de colchões e monitoramento de tornozeleiras eletrônicas.

Os áudios também trazem relatos de supostas torturas que teriam resultado no afastamento de um diretor envolvido, exonerado pelo secretário de administração penitenciária, Jarbas Vasconcelos.

Em um trecho de outro diálogo, um preso liga para a “inteligência” do Comando Vermelho e fala com um homem chamado “tio”.

Ele afirma estar reunido com lideranças que são nomeadas uma a uma em um “shopping, o CRP-P2”, onde estariam nove integrantes.

De acordo com o áudio, outros presos da organização foram transferidos da cadeia em razão de operação prevista. Eles tratam sobre um tal de “Salve” e falam sobre outro criminoso, por celular, perguntando se tem como “segurar essa parada aí”.

“Tio” responde: “a luta foi constante e já vai entrar no segundo ano. Todo mundo sabe, até mesmo o Núcleo de Inteligência, que o nosso intuito era esperar a intervenção federal ir embora e a gente ganhar o nosso espaço de visitas, alimentação, aguentando mais um pouco”, diz.

Um detento ligado ao CV passa o telefone ao militar e eles conversam. Segundo a liderança do Comando Vermelho, o mais importante é que haja uma aliança em todo o Pará.

O coronel Vicente afirma que, sempre que casos de tortura no cárcere foram registrado, a Seap irá tomar todas as providências cabíveis.

Após a conversa, uma circular do Comando Vermelho foi distribuída nas redes sociais com ameaças aos agentes penais.

O chefe do Ministério Público do Pará, Gilberto Valente Martins, informou ao Ver-o-Fato que irá remeter as gravações para distribuição entre promotorias militares, também para o Grupo de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Gaeco), além do Controle Externo do MP, áreas com a competência de apuração.

Foto: Reprodução
Informações: O Liberal

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