Chile enfrenta maior revolta social das últimas décadas

A capital do Chile, Santiago, enfrenta o maior protesto das últimas décadas, segundo as autoridades locais. A polícia chilena (Carabineros de Chile) informou que, desde o início dos confrontos, mais de 1400 pessoas foram detidas.

Os protestos se iniciaram na última quinta-feira (17), após um aumento no preço da passagem do metrô, considerado o estopim para a crise. Mesmo após o presidente Sebastián Piñera revogar o aumento, os protestos continuaram. Manifestantes reclamam também da desigualdade social, e dos altos preços de serviços de saúde e educação e dos baixos salários.

Em entrevista coletiva, o presidente chileno afirmou que o país está “em guerra” contra os “criminosos” responsáveis pelos protestos violentos que começaram na sexta-feira (18).

“Estamos em guerra contra um inimigo poderoso e implacável, que não respeita nada ou ninguém e que está disposto a usar a violência sem limites, mesmo quando isso significa a perda de vidas humanas, com o único objetivo de causar o máximo de dano possível”, disse  Piñera.

Uma fábrica de roupas foi alvo de roubos, no norte de Santiago, com cinco mortes, elevando para sete o número de mortos desde o início dos protestos. Na noite de sábado para domingo já tinham sido encontrados dois mortos num incêndio em um supermercado.

Guerra

Apesar da declaração de Piñera sobre o país estar em guerra, o general do Exército Javier Iturriaga, responsável pela ordem e segurança em Santiago, afirmou hoje (21) que “não está em guerra com ninguém”.

O senador de oposição, Ricardo Lagos Weber, também se manifestou contra a afirmação do presidente. “Presidente Sebastián Piñera, não assuste os cidadãos! Não estamos em guerra. Enfrentamos uma crise política, mal conduzida pelo Governo, cujo tema de fundo é a desigualdade. Essas declarações não ajudam a criar um clima de entendimento”, disse, na noite de ontem (20).

Desigualdade

De acordo com o relatório “Panorama Social de América Latina” da Comissão Econômica da América Latina e Caribe (Cepal), 1% da população chilena concentra 26,5% da riqueza. O informe diz ainda que 66,5% dos chilenos têm apenas 2,1% do capital.

(Com informações da Agência Brasil)

Foto: Edgard Garrido/ Reuters

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